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Projeto missionário II

Confira também o relato da professora Lia, sobre sua participação no projeto de Missões durante as férias:

“Sem dúvida, ser Salesiano é ser missionário. Tem sido assim desde que D. Bosco sonhou com os seus irmãos salesianos chegando à Patagônia Argentina… Por isso vemos os “braços” da Congregação espalhados por todo o mundo.

A missão é, por essência, sair de onde se está, ajudar quem precisa de ajuda, levar um pouco de paz aos corações conturbados. Temos missões salesianas em Angola, Moçambique, China, Sudão, e muitos outros lugares.

No Brasil, o Projeto Missionário Salesiano acontece sempre nas férias de verão, onde alguns voluntários realizam esse trabalho.

Normalmente dois grupos vão ao Norte do país e um grupo ao Sul.

Sou a Professora Lia; leciono espanhol no Colégio Salesiano Itajaí. Estive no sul, pela segunda vez, numa cidade chamada Alvorada, próxima a Porto Alegre, no bairro chamado Umbú. Este local surgiu como uma invasão e hoje é o maior e mais violento bairro da região metropolitana. Nosso grupo era composto por 5 pessoas, do PR, SC e RS.

Nosso trabalho se concentrou na Igreja local, onde um padre salesiano vai aos domingos presidir a Santa Missa. No restante da semana não há ninguém que possa atender à comunidade. Essa comunidade conseguiu se auto-organizar, com pastorais da criança, de alimentos, cursos gratuitos para a comunidade (crianças, jovens e adultos) e uma pré-escola para que as mães que trabalham fora possam deixar seus filhos. Tudo isso no salão da Igreja e numa construção que a comunidade, a muito custo, conseguiu realizar atrás do salão paroquial.

Fizemos visitas diárias às famílias, ouvimos suas falas, abençoamos as casas, realizamos um levantamento das necessidades de cada família para que a comunidade possa futuramente atendê-las. Também nos reunimos com as lideranças da comunidade, grupos de jovens da Igreja local e realizamos muitas atividades com as crianças e os adolescentes.

Impossível não se deixar levar pela emoção, pois é uma experiência única, gratificante; a verdadeira oportunidade de exercer o amor universal, onde na verdade aprendemos muito mais do que ensinamos. Vemos e ouvimos coisas muito fortes, sabemos de histórias de vida tão marcadas pelo sofrimento que ficamos sem chão, sentindo-nos absolutamente impotentes. Mas, ao fim de tudo, deixamos uma parte de nós ali, junto com aquelas pessoas. E levamos muitas partes conosco… Conhecemos um Brasil feito de gente maravilhosa, de coração bom, marcados pela fé, pela esperança de que tudo vai, sim, ficar bem.”

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